O cavaleiro olímpico Stephan Barcha, com Chevaux Primavera, venceu ontem (19/12), à noite, o DTC Super Grand Prix, realizado no Doda Training Center, em Itatiba. Com um percurso previsto para criar dificuldades, feito pelo consagrado armador brasileiro dos Jogos Olímpicos Rio-2016, Guilherme Jorge, a prova foi a mais difícil da temporada, no país, para todos os conjuntos que competiram também pela maior premiação numa única disputa de concurso nacional, no valor de R$ 350 mil.
Dos 49 conjuntos participantes, apenas dois não perderam pontos por faltas na primeira pista de 1,50 metro: o do vencedor Barcha, com o tempo de 82,65 segundos e o de Guilherme Foroni (Chelsea JMen), com 79,49 segundos, o mais rápido e que garantiu a posição de último a entrar no percurso decisivo cronometrado.
Outro conjunto que foi muito bem na dificílima pista inicial foi o de Pedro Paulo Onety (Etonian Master Polana), o primeiro a passar sem faltas todos os obstáculos, porém penalizado com 1 ponto perdido, por registrar 83,56 segundos, quando o tempo máximo permitido era de 83 segundos. Dos 9 restantes classificados para a última pista, 5 entraram com 4 pontos perdidos, por uma falta e 4 foram com 5 pontos (uma falta e penalização de 1 ponto por excesso de tempo).
A dificuldade do DTC Super Grand Prix foi tanta que 11 cavaleiros preferiram desistir e poupar seus cavalos quando cometiam duas ou três faltas antes de completar a metade do percurso, que foi o caso do próprio vencedor Stephan Barcha, com a outra montaria Calida.
Até mesmo o melhor conjunto do momento no hipismo nacional, José Roberto Reynoso Fernandez Filho/Azrael W, vencedor dos GPs da 2ª e 3ª etapas do DTC, ficou de fora. Porém, foi visível a falta de sorte dele por cometer 2 faltas com leve toque nos obstáculos. Pode-se dizer o mesmo de outros cavaleiros importantes que não foram para a final, como Luciana Camargo (5 pontos) e os demais com 2 faltas, como Juliano Loureiro, Luiz Felipe Pimenta Alves, Marcos Antônio Ribeiro Junior, Paulo Stewart e Doda Miranda.
O segundo percurso apresentou menos dificuldades nos obstáculos e a decisão ficou para os três últimos que entraram na pista. Trazendo um ponto perdido, Pedro Onety não cometeu falta, mas foi penalizado novamente com mais 1 ponto por exceder em 23 centésimos de segundo o tempo permitido, que era de 53 segundos. Assim terminou com 2 pontos perdidos e jogou muita responsabilidade para os dois últimos a entrar na pista.
Experiente, Stephan Barcha fez o último percurso com Chevaux Primavera mais preocupado em zerar do que correr, já que garantiria assim o segundo lugar na competição e deixaria a responsabilidade para Guilherme Foroni. E a vitória acabou sendo de Barcha porque Forroni/Chelsea JMen derrubou um obstáculo com um leve toque, o que fez o conjunto perder 4 pontos e ficar com a 4ª posição do GP, atrás ainda do 2º Pedro Onety/Etonian Master Polona (2 pontos perdidos) e do 3º André Moura (Henessy M), que foi o mais rápido de 4 pontos perdidos, com 46,85 segundos.
Mesmo sendo um dos melhores cavaleiros do país, Barcha contou com muita sorte para levar o cobiçado prêmio de R$ 105 mil oferecido ao vencedor do DTC Super Grand Prix. Além de favorecido pela falta do último cavaleiro a entrar na pista, o que é absolutamente normal numa competição de saltos, o que não foi nada comum foram os tempos que Barcha finalizou os dois percursos, sem faltas, com Chevaux Primavera.
No primeiro, o tempo limite era de 83 segundos e ele completou em 82,65 segundos, com apenas 35 centésimos de segundo a menos. No segundo, Barcha registrou 52,50 segundos e foi meio segundo mais rápido do tempo limite permitido.
Já com o segundo colocado que recebeu R$ 63 mil, Pedro Onety, ocorreu justamente o contrário: perdeu 1 ponto no primeiro percurso por exceder 56 centésimos de segundo e outro ponto, no último, por 23 centésimos de segundo a mais. Sabe o que isso significa? Quase nada nos tempos, porém, R$ 42 mil a mais ou a menos no bolso de cada um deles.
Mas Pedro Onety faturou também mais R$ 10,5 mil, totalizando R$ 73,5 mil, com o 10º lugar que obteve com Corvette Des Collines. Por lembrar de premiação, os cavaleiros podem ter sofrido muito nas pistas, mas os finalistas saíram felizes do evento. O 3º classificado, André Moura, com outro 9º lugar, recebeu R$ 56 mil. Guilherme Foroni, com o 4º e 5º lugares, levou R$ 49 mil. Lúcio Osório, o 6º, R$ 17,5 mil. Thiago Mattos, o 7º e Bernardo de Albuquerque, o 8º, R$ 14 mil. Ganharam ainda R$ 10,5 mil o 11º colocado, Tomas Rosilho e o 12º Thales Marino.
O concurso que distribuiu o maior prêmio de toda a temporada de hipismo de salto no país – de R$ 1,627 milhões em espécie – começou no final de agosto e está terminando hoje (domingo, 20/12), com provas para cavaleiros iniciantes pela manhã e o DTC Challenge Cup, com premiação de R$ 50 mil, às 14h30, última prova de todo DTC 2020, no Doda Training Center, em Itatiba.