No dia 11 de abril, a Federação Equestre Internacional (FEI) publicou em seu site um artigo exortando a história e tradição do hipismo brasileiro. Um dos pontos de destaque foi o crescimento do esporte e da atenção internacional à presença deste no Brasil desde que o país sediou as Olimpíadas, em 2016.
O texto traz o exemplo dos gaúchos como sendo nossos cowboys, os tradicionais e hábeis cavaleiros que comandam grandes fazendas tanto no Sul do Brasil quanto nas vizinhanças do Uruguai e Argentina, só esqueceram de comentar do amor que este grupo tem ao mate, para completar a imagem sulista pintada no artigo.
Entretanto, um destaque do texto que merece ser repetido aqui é o mercado de turismo hípico já tradicional no sul, mas que ganhou novo fôlego – e um crescimento exponencial – nos últimos 5 anos. Enquanto o nordeste é conhecido pelo ecoturismo com trilhas pelo litoral, no Sul este mesmo nicho ecológico está ligado aos esportes equestres, oferecendo experiência de montaria para os mais diversos grupos, desde o idoso inexperiente a cavaleiros profissionais, passando por crianças e jovens que podem ser atletas ou sedentários, há espaço e diversão para todos.
Raças
A FEI afirma que o Brasil tem o 4o maior rebanho equino do mundo, essa informação demonstra o peso do esporte no país. Além disso, destaca-se que 35 raças nacionais e internacionais são oficialmente selecionadas no território brasileiro, 17 destas com associações específicas.
Dentre as raças tipicamente brasileiras, a Mangalarga Machador aparece como preferência nacional, tendo mais de 600k registrados por todo país. Uma curiosidade sobre a raça, também indicada pelo artigo, é a sua origem, que remonta à metade do século XVIII como resultado de uma mistura entre Lusitanos e outras raças como Barb e a extinta Jennets Espanhola, esta que era conhecida por sua velocidade e leveza no movimento, duas características marcantes no Mangalarga Machador.
Contudo, os gaúchos têm outra preferência, os Criollos. Uma raça cultuada por sua força e energia, bem adequada ao trabalho nas fazendas, são animais inteligentes, bem dispostos e dóceis. Mas, apesar de ter aptidão para o serviço laboral, cavalos desta raça também são excelentes atletas, tendo levado seus conjuntos à final individual do Campeonato Mundial de esportes Equestres em 2018.
Hoje existem cerca de 30k Criollos registrados no Brasil, marcando presença em disputas internacionais e, inclusive, nas Olimpíadas.
Eventos
Não há dúvida de que o maior evento de hipismo já sediado pelo Brasil foi a edição Olímpica (e paraolímpica) de 2016, sediadas no Centro Olímpico de Hipismo de Deodoro. O artigo ainda destaca os jogos Pan Americanos de 2007, quando a equipe brasileira conquistou o ouro na categoria de salto.
Já em 2019, o Brasil recebeu 4 eventos do Longines FEI Jumping World Cup™, tendo dois destes ocorrido em São Paulo, um no Rio de Janeiro e outro em Curitiba.
Participação Brasileira na visão da FEI
Em números totais, os estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal têm a maior quantidade de competições e conjuntos. Um dado apontado pela FEI é a queda do número de participação do Rio de Janeiro neste panorama. Contudo, ainda que com menor expressividade, o hipismo é praticado em todos as regiões e estados brasileiros, tendo 21 Federações Estaduais de Hipismo afiliadas à Confederação Brasileira de Hipismo, que atualmente enfrenta um capítulo polêmico na disputa pelo seu comando.
Segundo o artigo da FEI, uma pesquisa oficial da CBH indica que o número de atletas registrados em competições ocorridas no país aumentou cerca de 24% entre os anos de 2018 e 2019, sendo que neste último o número total foi de 1.266 atletas, divididos entre 148 no Adestramento, 58 no Concurso completo e 995 no Salto.
Felizmente o interesse nacional no esporte continua a crescer, durante a atual pandemia da Covid-19 a procura por aulas para iniciantes no hipismo se intensificou, também por influência da possibilidade de praticar um esporte individual ao ar livre, que atende a todos os protocolos de segurança.
O avanço do hipismo no Brasil se reflete nos quadros competitivos, nos quais os patamares se elevam a cada evento. Na última década o aumento não foi somente numérico, o nível técnico dos conjuntos também vem se aperfeiçoando, o que atrai cada vez mais competidores internacionais para as provas ocorridas no país.
A FEI indica que um porta-voz da CBH deu a seguinte declaração
Entre os nossos objetivos está a criação de um novo campeonato interestadual, assim como a obtenção de novos patrocinadores investidos nas premiações e divulgação do esporte, desde sua base até os mais altos níveis de performance.
O Hipismo está crescendo no Brasil, especialmente o número de Centros de Treinamento, o que muitas vezes tem um valor equivalente ao de academias de ginástica, sendo, portanto, um preço acessível ao aumento de cavaleiros e amazonas.
Doda Miranda
Entre as estrelas do hipismo nacional está Doda Miranda, componente da primeira equipe medalhista olímpica do país ao lado de Rodrigo Pessoa, André Johannpeter e Felipe de Azevedo.
Apesar de a primeira participação olímpica do hipismo brasileiro ter ocorrido em 1948, somente em 1996, na edição de Atlanta, o Brasil levou o bronze na categoria de saltos, o que voltou a ocorrer, novamente com a participação de Doda Miranda, em Sydney no ano 2000, em que foi o oitavo colocado na prova individual de saltos. Além disso, tem no currículo a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara-2011, o bronze em Santo Domingo-2003 e o ouro em Winnipeg-1999, sempre por equipe.
Com outros conjuntos, o Brasil já ostentava o ouro Pan Americano desde 1991, tendo repetido a façanha em 2007 e 2019.
Estamos ansiosos para ver quais serão os próximos passos do hipismo nacional!
Uma resposta
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Aqui é a Fernanda Lima , gostei muito do seu artigo tem
muito conteúdo de valor parabéns nota 10 gostei muito.